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segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Oi.

O Enzo não sabe que estou usando o Blog dele para contar a minha história. Mas quando ele descobrir, não vai saber onde estou.

Eu sou o Zizo. Moro aqui em São Paulo. Mas não posso falar exatamente onde estou pois tenho medo dele vim atrás de mim.
Não estou falando do Enzo. Estou falando dele. O Mau.


Minha mãe me falava que o mau perseguia ela também. Sempre que eu visitava ela no manicômio ela me falava que eu tinha que tomar cuidado. Sempre tomei cuidado, mas uma hora me descuidei.
O Mau está atrás de mim e agora não tenho mais escolha a não ser me esconder para sempre.

Desde meus doze anos, mamãe sempre estava com o Mau do lado dela. Depois, quando tinha treze, mamãe trouxe o mau para casa de uma vez por todas.
Nunca consegui olhar o Mau nos olhos e nunca vou consegui fazer isso. O Mau é bonito por fora, mas horrível por dentro.

Mau começou a mostrar como ele realmente era quando eu fiz quatorze anos. Mau começou a machucar a mamãe e sempre quando eu perguntava para mamãe por que o olho dela estava roxo, ela me dizia que eu estava vendo coisas.

O Mau batia nela. Ele machucava ela.

E quando fiz quinze anos ele começou a me machucar também.

Quando eu quebrei uma xícara que ele tinha ganhado de um amigo, ele me deu um tapa que ficou a marca de seus dedos na minha bochecha durante dois dias. Foi essa a primeira vez que ele me bateu.
Depois ele me espancava na frente da minha mãe e até batia em nós dois ao mesmo tempo.

Até que um dia eu peguei uma panela e taquei na cabeça dele, fazendo ele cair no chão. Bati mais ainda nele e ele começou a sangrar.


Nesse tempo em que ele foi expulso de casa pela justiça, eu consegui ir para a escola como uma pessoa normal e mamãe conseguiu voltar a trabalhar.
Mas um dia ela voltou pra casa falando que o Mau estava perseguindo ela e que nós não estávamos mais protegidos.
A família falou que ela estava louca e então internou ela no manicômio.


Ontem me avisaram que ela morreu.

Disseram que encontraram ela enforcada debaixo de uma arvore e no bolso de sua blusa tinha um bilhete direcionado a mim, falando: "Corra. Corra o mais rápido que puder. Fuja. Fuja para o mais longe possível. Se proteja. Se proteja com o mais forte dos escudos. E se ele te achar, se defenda. Se defenda usando a mais afiada das espadas."


O Mau está atrás de mim assim como ele estava atrás de mamãe. 
Mamãe não está viva para me proteger. Nem conheci papai para falar se ele pode enfrentar o Mau. Minha família não acredita em mim e querem me colocar no manicômio.



Por isso fugi da casa da minha tia.

Mas o Mau já me encontrou. E se ele chegar mais perto, eu morro.
Só você pode me ajudar. Só você, que está lendo isso, pode me ajudar a me livrar do Mau.


Me ajude.

Continua...

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