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domingo, 22 de março de 2015

Resenha: A Droga da Obediência




A Droga da Obediência é o primeiro livro da série Os Karas, criada por Pedro Bandeira a partir de uma forte dor de cabeça. Em 1983, Pedro Bandeira teve uma forte crise de dor de cabeça chamada ‘’ cafeleia de Horton ’’.


 Pedro ficou pensando como era injusto ele estar sofrendo por não estarem mais produzindo as injeções que amenizavam suas dores, que tivessem, mesmo indiretamente, fazendo com que ele sofresse e chorasse. Daí, ele pensou que um laboratório que era capaz de controlar a intensidade e a frequência da dor humana era mais forte que um exército. Assim, pensou ele, um remédio poderia muito bem controlar as mentes humanas; os desejos seriam reprimidos, os protestos não existiriam mais e a obediência seria imposta sobre a humanidade. Mas e se isso já estivesse acontecendo com a jovem humanidade drogada, vagando como idiotas semimortos, sem fé no futuro, sem fé em si mesmos e já sem a força e a garra de que tantos precisamos? Pedro também pensou que seria impossível que não colocar um pouco de sua história pessoal de vida que sempre foi envolvida pela exortação à obediência, à disciplina e outros fatores que faziam parte da ditadura militar.

Assim nasceu A Droga da Obediência.

O livro narra basicamente as aventuras dos Karas, um grupo de cinco jovens estudantes do Colégio Elite – um dos mais respeitados de São Paulo – que se veem diante de uma grande e perigosa missão. Miguel, Calu, Crânio, Magrí e Chumbinho – o mais novo integrante dos Karas que praticamente se convidou para entrar no grupo -, descobrem que estranhos acontecimentos vem ocorrendo em escolas vizinhas; alunos saudáveis e espertos vem sendo sequestrados. E, pelo que tudo indica, o Colégio Elite também vai ser atacado.

Os Karas não botam muita fé em Chumbinho, achando melhor já despista-lo logo de começo, para ele não atrapalhar na investigação dos Karas. Mal eles sabem que, no desenrolar da história, Chumbinho sempre acaba envolvido no centro dos acontecimentos; descobrindo coisas, ajudando os Karas e até mesmo arriscando a própria sanidade para permanecer fiel ao grupo que tinha acabado de ser inserido.

Miguel é considerado o líder dos Karas; esperto, com raciocínio rápido e sendo o primeiro a ter uma certa desconfiança sobre os desaparecimentos dos garoto e garotas de outras escolas, ele se sente responsável por todos eles. Foi ele quem decidiu unir os garotos para criar o grupinho. No começo, parecia brincadeira; passavam bilhetes com códigos, criaram códigos corporais. Mas depois de começarem a investigar o desaparecimento dos estudantes, a coisa começou a ficar séria.

Crânio, como o nome já diz, é o mais inteligente de todos, adotando o Doutor Q.I. como seu principal inimigo em nível de comparação de inteligência. Calu é o bonitão da turma, com dons mais que especiais na arte da atuação e no disfarce. Ele faz sucesso total com a mulherada mas, como todos os outros meninos do grupo, ele só tem olhos para Magrí, a única menina do grupo e a melhor atleta da escola, usando, assim como todos os outros, seus talentos durante as aventuras.

Falando em Doutor Q.I., é ele a mente criminosa por trás de tudo. Sua face nunca foi vista por ninguém, nem mesmo sua voz, já que ele usa um programa para destorcer ela. Doutor Q.I. é o dono da empresa que está testando uma droga que promete fazer as pessoas obedecerem sem questionar e sem pensar quem quer que seja o mandante. Doutor Q.I. então, se torna inimigo dos Karas.

Pedro Bandeira conseguiu escrever uma aventura que, mesmo que seja lida no ano de 2137 não vai deixar de ser atual. Da pra ver que, por trás de todo esses suspense, existe um tipo de protesto sobre a ditadura que o autor viveu durante 21 anos. A obra foi escrita durante o golpe militar e, mesmo sem deixar muito transparente essa tal mensagem, Pedro, no final do livro explica um pouco o que quer passar com seu livro.

‘’ O avesso dos coroas, o contrário dos caretas ‘’ é a frase que define Os Karas. Mesmo não tendo superpoderes, superarmas ou qualquer ‘’ super ’’ que um personagem tem que ter hoje em dia para ser considerado super-herói, os jovens que fazem parte do inocente grupo de amigos devem ser considerados super-heróis. Se arriscando para descobrir a verdade, para proteger seus amigos e para honrar Os Karas, Miguel, Calu, Crânio, Magrí e Chumbinho sempre dão um jeito de sair de suas próprias confusões, criando, então, o que eu me atrevo a falar que pode ser uma das melhores obras brasileiras que alguém pode ler.



Os Karas, com toda certeza, são meus novos super-heróis.

Enzo Rodrigues, Um Jovem Leitor...

3 comentários:

Anônimo disse...

laaaaaa veeeeeeeem ela

Anônimo disse...

KADAKSKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

Anônimo disse...

adivinha quem é